sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Apologética

Escrito por Fernando Corrêa Pinto

  • “O cão late quando seu dono é atacado. Eu seria um covarde se visse a verdade divina ser atacada e continuasse em silêncio, sem dizer nada.”
    João Calvino

Um grande Perigo que missionários correm é o de não saber defender a sua fé. Um missionário constantemente está inserido em diversas culturas e diante disto pode haver influência e pressão demasiada da cultura local. Caso esse problema ocorra, algumas confusões podem ocorrer. Um exemplo é quando missionários são pressionados por movimentos políticos a tomar a forma do chamado politicamente correto. Temos vivido atualmente pressões fortíssimas de grupos como LGBT, movimentos socialistas além das pressões naturais do mundo. Neste sentido o estudo da apologética é fundamental.

 Certamente, discutir sobre o assunto apologética neste tempo é uma tarefa no mínimo delicada e para alguns até ofensiva. Este encargo se torna ainda mais custoso quando aquele que lida com o assunto também pode ser considerado como um religioso.

 Farei menção de forma sucinta ao conceito de cosmovisão e apresentarei o conceito de apologética e seus desdobramentos com a finalidade de fazer com que o estudante de teologia entenda sobre o assunto. As relevâncias destes temas são fundamentais pelo fato de alguns trabalhos de teologia buscarem a defesa dos temas apresentados.

 Como já mencionei iniciaremos do ponto de partida do cristianismo, e consideraremos a visão cristã, como de fato é, a revelação de Deus para salvação da humanidade e verdade absoluta acerca de Deus e toda a sua obra. Neste sentido, entendamos um pouco sobre a questão da cosmovisão cristã.

 Todas as pessoas possuem uma visão de mundo, quer elas saibam disso ou não. Poderíamos dizer que ninguém possui uma visão neutra do mundo. Algo que na ótica de um homem do norte do Brasil tenha um sentido, para alguém do Sudeste do mesmo país pode ter um outro sentido bem diferente. Essa diferença se torna muito mais acentuada quando mudamos de país. Alguns estudiosos dizem que a cosmovisão de uma individuo é como uns óculos, contudo eu prefiro dizer que ela é o próprio olho do indivíduo. Nós acordamos com nossa visão de mundo e estamos com ela mesmo quando estamos dormindo.

 Infelizmente essa visão, quando falamos de ambientes não cristãos, é formada na maioria dos casos pela cultura popular de cada região. Percebemos a música, programas de TV e redes sociais ditando comportamentos e norteando a visão de mundo de uma sociedade.

 Contudo, pensando em uma cosmovisão cristã, vejamos o que Paulo afirma:

 “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”

 Quando o assunto é ter uma visão de mundo com as lentes corretas precisamos substituir a maioria de nossos conceitos aprendidos pelo conselho da palavra de Deus. Aqui reside um divisor de águas. Se você não acredita que a Bíblia Sagrada é a Palavra do único Deus vivo e verdadeiro, não é possível continuar a reflexão. Sugiro que você abandone a leitura. Mas, partindo do pressuposto que você compreende e aceita esta verdade, podemos afirmar que todo comportamento e atitudes que resultarão em agradar a Deus passarão antes pelo filtro das escrituras.

 Neste sentido, cabe uma observação acerca dos ataques que a Bíblia tem sofrido ao longo do tempo. O ataque mais comum que naturalmente escutamos é que ela seria supostamente falível. Outro ataque mais sutil e velado é que as Escrituras não seriam suficientes para nos dirigir e orientar.

 Lutero se deparou com problemas semelhantes no início da reforma. Apelidados por Lutero como “os profetas de Zwickau”, um grupo alegou que havia recebido revelações especiais vindas de Deus. Estas revelações consistiam em que ninguém precisaria mais estudar teologia, visto que Deus havia dado por meio de Seu Espírito aos pobres e ignorantes inspiração para completar a reforma. Acreditavam que o fim dos tempos estava próximo e que os ímpios seriam exterminados. Estes também questionavam constantemente o valor da Bíblia.

 Esta forma de misticismo ainda está presente na igreja hoje. Existem grupos pseudo cristãos que se utilizam da Palavra de Deus apenas quando lhe convém. Estes grupos colocam a experiência pessoal acima das Escrituras e descartam o valor do estudo teológico. Me parece que o eixo hermenêutico está tendendo, na atualidade, para retornar à tradição como era na época em que antecedeu a reforma. Essa triste afirmativa deve nos colocar em alerta, pois não podemos perder de vista o fundamento de nossa fé.

 (2 Ts 2:15). Percebemos que existe um valor fundamental em uma tradição que é recebida por meio da Palavra. A Bíblia é a única autoridade infalível da igreja, não que não existam outras autoridades que devamos respeitar, contudo nenhuma destas podem ser consideradas como infalíveis ou detentoras de uma revelação especial que irá complementar o que a Bíblia ensina.

 A Bíblia não é um livro qualquer, sua origem está no próprio Deus que falou a homens separados para registrá-la. Deus separou intencionalmente indivíduos de carne e osso, sujeitos a todo tipo de problemas que qualquer ser humano enfrenta. Nela podemos ver homens falhos como Davi, que foram infiéis como Sansão e até alguns atrapalhados como Pedro e Abrão. A Palavra não esconde os erros dos seus protagonistas, e este é um motivo a mais para lhe dar crédito. A Bíblia é um livro que traz o homem para a luz. Deus revelou Sua Palavra, dirigiu, inspirou e preservou os Seus registros. Podemos afirmar com toda segurança que ela é inerrante em tudo que ensina.

 Sendo assim permanecemos seguros e confiantes na Palavra de Deus. Por meio dela podemos buscar entender e conhecer mais sobre aquele que nos criou, adorá-lo e imitá-lo.

 1.1 DEFININDO APOLOGÉTICA

 Ainda considerando as afirmações acima, é preciso definir o entendimento de apologética, farei isso de forma resumida, mas antes disso, precisamos considerar as Escrituras que fazem algumas afirmativas.

 Houve entre o povo, falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.

 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.

 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2Pe 2,1-3)

 Considerando que, não só hoje, mas, também nos tempos antigos o problema dos falsos ensinos foi uma realidade, precisamos considerar a Palavra de Deus em primeiro lugar.

 O Apóstolo não fala somente que surgirão os falsos ensinos, mas que, muitos seguirão a estes mestres. Desta forma é imprescindível conhecer estas heresias e buscar possibilidades de refutá-las. Esse trabalho não se trata meramente de uma batalha entre opiniões que se divergem, todavia, perceber tais contradições tem valor evangelístico e eterno.

  A palavra apologética vem do latim apologetĭcus, e do grego ἀπολογητικός, derivada de "apologia", também do grego απολογία: "defesa verbal"). Trazendo para a cosmovisão cristã podemos elaborar o conceito de Apologética Cristã. Desta forma, podemos definir a Apologética Cristã como a disciplina que estuda a teologia com o fim de defender a fé Cristã de seus constantes ataques. Existem várias escolas apologéticas e se faz necessário conhecer algumas delas, coisa que faremos resumidamente na sequência.

 1.2 ALGUNS MÉTODOS APOLOGÉTICOS.

 Existem 5 métodos de estudo de apologética, nesse momento não será possível discorrer sobre cada um deles, todavia farei referência destacando seus pontos mais relevantes para entender as diferenças. São eles os métodos: clássico, evidencial, cumulativo, pressuposicional e a epistemologia reformada.

 O método Clássico, como a própria palavra já sugere, faz referência aos métodos dos apologétas antigos, principalmente medievais e reformadores. Esse método considera a teologia natural como algo básico, considera as evidências históricas e as Escrituras como demonstração de que o cristianismo é a verdadeira religião.

 O método evidencialista é bem parecido com o clássico, contudo, ele considera o valor dos milagres como evidência da existência de Deus, coisa que o anterior não utiliza.

 Método caso cumulativo surge dialogando com os dois anteriores e vai além. Ele não utiliza somente o raciocínio indutivo. Ele tenta explicar também a natureza cósmica e a experiência.

 O método pressuposicional parte do ponto de vista do cristianismo. Deus torna todo argumento possível e anula as reflexões dos incrédulos a respeito do tema considerando que sua cosmovisão é inadequada. 

 Meu objetivo aqui não é aprofundar nestes temas, mas despertar o leitor para o estudo dos temas sugerindo que o pesquisador escolha a escola que será mais relevante para a sua apologética. Contudo, entendo que a visão Clássica é o melhor caminho a ser seguido. Este pensamento esteve presente no período medieval e entre os reformadores.

 Aqui podemos considerar os Escrito de Justino Mártir que foi, após os apóstolos, quem desenvolveu uma apologética para refutar as acusações que os cristãos estavam recebendo no segundo século.

 Minha opinião sobre a cosmovisão cristã e a apologética, é que são necessárias e fundamentais tendo seu lugar de suma importância na teologia. Desde tempos Antigos a fé cristã sempre foi alvo de ataques e hoje não é diferente.

 Há alguns anos atrás, buscávamos nos defender das novas seitas que surgiam e da migração do hinduísmo do oriente para o ocidente. Hoje, porém precisamos nos atentar a todos os ambientes, escolas, universidades, partidos políticos e até pseudo igrejas evangélicas que nos desafiam a apresentar respostas bíblicas e coerentes para refutar as heresias modernas.

 Alguns entendem que a eficaz apologética vem do desprezo total a todas as filosofias, métodos, ideias, teorias e religiões que não sejam cristãs. Concordo em parte com essa afirmação por considerar que diversas teorias e métodos podem estar baseados nas escrituras. Minha consideração final neste ponto é que devemos estar sempre apoiados na Palavra Deus, para que sejamos eficientes em nossa apologética e exerçamos uma prática missionária que glorifique a Deus e seja incontaminável.


Neo Ateísmo

 Por Fernando Corrêa Pinto

Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe! " Corromperam-se e cometeram injustiças detestáveis; não há ninguém que faça o bem.

Salmo 53,1

O Neo ateísmo em resumo são os novos ateus usando os argumentos antigos com uma roupagem mais agressiva. Outra característica deles é que se tornaram movimentos organizados e que procuram influenciar as diversas áreas da sociedade. Para que possamos entender o temas vamos discorrer brevemente sobre alguns conceitos fundamentais. Vejamos esses conceitos

Teísmo - Crença na existência de divindade. Teísmo não é uma religião, pois não se trata de um sistema de costumes, rituais e não possui sacerdotes e instituições. 

Politeísmo - Crença que absolutamente tudo compõe divindade. Nesse caso o universo, a natureza e Deus seriam a mesma coisa.

Politeísmo - Crença na existência de vários deuses e deusas. 

Deismo - Crença em um Deus ou força maior superior que pode ser provada pela razão e observação do mundo físico. Os deístas não acreditam na interferência de Deus em nosso mundo. 

Agnosticismo- Crença que a razão humana é incapaz de provar ou negar a existência de uma divindade. 

Relativismo - Defesa da não existência de uma verdade absoluta, mas apenas um valor relativo e subjetivo de acordo com as diferentes percepções e considerações. 

Ateísmo - Negação dos diversos modos de existência de divindade transcendente, perfeita e criadora pessoal do universo. Existe o ateísmo prático e o ateísmo filosófico. 

Os ateístas mais conhecidos dos últimos séculos são Sigmund Freud, Karl Marx e Friedrich Nietzsche. 

Sgmund Freud

Para Freud Deus é uma criação da imaginação humana que olha para as limitações do pai biológico e almeja um pai todo poderoso. 

A suspeita freudiana imagina que a crença religiosa envolve a produção de uma Deus cujos aspectos convenientes são enfatizados e cujos aspectos inconvenientes são minimizados ou inteiramente eliminado. 

Karl Marx

A maneira dominante pela qual as ideias religiosas funcionam como ideologia é fazer a forma atual de exploração, seja de escravos, servos ou trabalhadores assalariados, parecer divinamente ordenada, dessa maneira aliviando a consciência dos opressores.”

“Uma função ideológica complementar é redirecionar as esperanças e realizações das classes oprimidas para a vida futura, desse modo oferecendo consolo em seu sofrimento.”

“A religião é o ópio do povo" 

Friedrich Nietzsche

A religião teística tem sua origem na revolta dos escravos, isto é, ela é a ideologia dos escravos e não, como Marx entendia, primeiramente dos senhores.

O que alcança a expressão na crença teísta é o ressentimento dos escravos contra seus senhores. 

Visto que não tem capacidade de expressar o seu sentimento político, econômico ou militarmente, eles o fazem moralmente. 

Esses três pensadores exerceram muita influencia nos últimos 150 anos. As influencias são na cultura, academia, filosofia, política, na revolução social e sexual. Até hoje exercem influencia. Eles lançaram os fundamentos para o surgimento do que chamamos de novo ateísmo. 

Neo Ateísmo

O novo ateísmo surge com os mesmos fundamentos do antigo, mas com uma característica mais militante e agressivo. Seus adeptos são ativos na realização de atividades para divulgação de sua ideologia entre o povo. Neste novo modelo temos como importantes pensadores Richard Dawkins, Daniel Dennet, Sam Harris, Christopher Hitchins 

 Argumentos de Richard Dawkins

Seus argumentos são os velhos com uma roupagem mais agressiva. Ele ataca os cristão de forma ofensiva e até com xingamentos. 

Dentre as suas principais idéias estão:

A ciência refutou Deus

A religião é responsável pelos males dos homens

Ela tem origem em um vírus da mente. 

Segundo Dawkins dentre os cientistas, 95% não acreditam em Deus. As teorias do big bang, seleção natural e outras contradições já refutaram a Deus. A religião é responsável pelos males dos homens. Religião faz as pessoas ficarem más por conta do perdão. Impede a ciência de avançar e faz as pessoas ficarem egoístas e gerar guerras.Ele fala de um gene social que o ser humano possui. Seria um vírus que leva o individuo que querer Deus. Ele fala isso por conta da grande quantidade de teístas que existem no mundo. Para ele Deus é um delírio que vem desse vírus. Em sua concepção o mundo deveria ser ateu. 

 

Atualmente temos alguns apologetas importantes que refutam o Neo Ateísmo. Vejamos os argumentos de John Lennox.

Causas naturais foram criadas por Deus. Deus dá potencialidade da vida. Variedade de espécies. 

Os métodos de análise da ciência mudam. A ciência não da conta de responder questões que não se sujeitam aos métodos científicos. Por exemplo o amor, coragem, esperança e outras coisas que fazem parte da existência.

Ciência é reducionista, ela quer que tudo caiba em um laboratório.

Existe um propósito para cada coisa da criação. Não é possível que a criação seja obra do acaso. 

 A vida só se sintoniza na configuração da terra.

Outro teólogo e cientista importante também é Alister McGrath, vejamos seus argumentos. McGrath além de biólogo também é teólogo.

Ele acusa Dawkins de não entender nada sobre fé.

Cientistas de renome são teístas.

Ele fala que muitos cientista teístas não saem do armário com medo de perder sua carreira.

Não é porque existe um anseio de algo que aquele algo precise ser irreal.

Provas do vírus da mente.

Ele fala que o Deus que Dawkins cria não existe. Dawkins diz que Deus é racista, infanticida, homofóbico, megalomaníaco, filicida e pestilento. Essa é a visão distorcida de Dawkins. 

Sobre o argumento que a religião é o mal do mundo Mcgrath fala que os grandes atéistas socialistas do mundo foram responsáveis pelos maiores genocídios. No Camboja matou milhões, Lenin na União Soviética, na china, na Coréia do Norte e em Cuba.

Estruturar o pensamento argumentativo para responder esses teóricos do Neo Ateísmo é muito importante para o evangelismo, para defesa da fé pessoal e da igreja e para atuação na sociedade. Um apelo final necessário é motivar toda a igreja para do estudo da apologética. 

O que é ser um cristão reformado?

 Por Fernando Corrêa Pinto

Tentarei responder essa pergunta, pensando em alguém que não entende de teologia e história da igreja. Vou tentar simplificar, pois já me disseram que consigo simplificar assuntos difíceis, espero que consiga dessa vez também. Então você que já sabe bem o que é uma fé reformada e quer continuar lendo, vai fundo. Se alguém quiser saber mais detalhes sobre o assunto tem muitos materiais disponíveis na internet, principalmente do pessoal da igreja presbiteriana. Apesar de não serem os únicos, são os sites mais populares no Brasil.


Reformado

O reformado também pode ser chamado de calvinista ou puritano, ou simplesmente protestante, apesar desse último nome ser mais abrangente. Bom vou explicar, e todos verão que é bem fácil.

Pensa comigo. Suponhamos que você tem uma só roupa que te serve, mas está meio rasgada e com algumas manchas. Não dá para ter outra igual, é uma peça singular. A única forma de você continuar com ela é fazendo uma reforma. Tirando as manchas e mandando para o melhor alfaiate que você conhece. Pronto, agora a roupa está adequada e sem manchas. Mas é bom cuidar bem dela, porque manchas podem aparecer novamente. Pense que sua roupa é a igreja sua teologia cheia de manchas. Passou o tempo e a teologia ficou cheia de distorções. Quando falo teologia, é a mesma coisa que ensino ou doutrina. Então foi isso que nosso amigo Lutero fez, reformou o que estava sujo. O alemão era bravo e corajoso, além de ser um teólogo de primeira. Na Alemanha Lutero resolveu, reorganizou a igreja que estava bem desviada da Palavra de Deus. Nos demais países da Europa, temos um outro sujeito especial, o João Calvino. Esse aí conseguiu organizar o pensamento reformado com muita destreza. Ele escreveu muito, fazia isso o dia inteiro, até um amigo colocá-lo para ser pastor e colocar ordem em Genebra. O pensamento de Calvino se espalhou por todo mundo. Porém na Inglaterra a conversa foi diferente. Teve uma reforma meio fraca lá, então surgiu um grupo que queria levar a reforma a sério. Esses ganharam um apelido bem pejorativo: Os puritanos. Eles queriam purificar a igreja e criaram alguns métodos para que isso acontecesse. A reforma precisava ser por meio das Escrituras e não da decisão de líderes da igreja. A bíblia é a maior regra de fé e prática para um cristão. Então não adianta vir com profecia que não tem nada a ver com as Escrituras que um reformado não vai nem considerar. A Bíblia é o filtro. Tem algumas pequenas diferenças entre os reformados da Escócia e os da Holanda, mas tudo bem entre eles. Se quiser entender melhor esse assunto dá uma lida na confissão de fé de Westminster e nos catecismos breve e maior, além do Sínodo de Dort. 

Cosmovisão 

O que é cosmovisão? De forma bem simplificada seria as lentes que vemos o mundo. Cada um tem a sua e o cristão também tem. As lentes do reformado é Deus e Ele fala por meio da Bíblia. A Bíblia é o filtro. Mas você pode perguntar: Mas a Bíblia não tem várias interpretações? A resposta é não. Por isso que precisamos estudar direito a hermenêutica (interpretação). Você ainda pode me perguntar, mas a Bíblia não fala de medicina, engenharia, economia, botânica e demais ciências? Podemos dizer que Ela não é exaustiva no assunto. Ou não trata de tudo. Mas o mais importante nisso é que Ela nos ensina a fazer tudo para a glória de Deus. Eu posso ser um médico para a glória de Deus com a Bíblia, mas nunca sem Ela. Ela me ensina a não cometer exageros. Por isso tem um monte de gente aí negando a Deus e passando dos limites. Eu li recentemente um livro sobre a Bíblia e a arte. Muita gente deixa a arte entregue a Satanás, mas um reformado fará a arte para a glória de Deus. Você pode pensar: Pronto agora vou fazer um monte de quadro de crente e sair falando da Bíblia o tempo todo no meu trabalho. Você não precisa fazer isso, é só ser alguém que tem o fruto do Espírito no seu trabalho. Seja um bom funcionário e faça para a glória de Deus. Esse pensamento confronta a visão religiosa que acha que somente devemos ser cristãos no culto de domingo. Somos em todos os lugares, temos um termômetro que se chama glória de Deus. Não deixamos essa identidade por nada, é o Espírito Santo que está em mim. 

Graças a Deus, seja por moda ou por convicção, muita gente tem despertado para isso. Por isso não haverá mais espaço para “pregadores” que ferem a glória de Deus, querendo dizer que somos os melhores do mundo e Deus está se rendendo a nós. Por outro lado se somos os melhores na medicina, na engelharia, na música no empreendedorismo, devemos dar toda a glória para Deus, Ele que nos dá força e inteligência para isso.

Reformados arrogantes.

Essa semana vi um documentário sobre o calvinismo e aprendi um novo conceito. Os Reformados da Jaula. São aquelas pessoas que aprendem as verdades da graça, e saem ofendendo a todos e querendo colocar aquilo a qualquer custo na cabeça das pessoas. Eles acabam ofendendo a muitos e precisando ser colocados em uma jaula. É claro que a jaula é brincadeira. Mas aqui segue um conselho. Ensine com amor e não desrespeite as pessoas. Sabemos que muitas pessoas são fiéis a Deus e ainda não possuem uma visão ampla dos detalhes da fé. 

Piedade.

O que nos ajudará a viver uma vida cristã sadia serão nossas práticas devocionais. Leia a Bíblia, ore e participe dos cultos da sua comunidade. Estude com zelo a Palavra e procure ajuda pastoral. Que Deus permaneça sendo gracioso com seus filhos, reforme sua fé, seu casamento e as demais áreas da sua vida.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Antropologia Cultural e America Latina


Por Fernando Corrêa Pinto


Por mais que existam diversas classes de estudos que se ocupam em analisar as características biológicas, culturais e sociais dos seres humanos, me ocuparem nessas poucas linhas em focar nos aspectos culturais. 
A ciência que se dedica em compreender os conteúdos relacionados ao homem é chamada de antropologia. A palavra Antropologia deriva do original grego άνθρωπος – anthropos, que em português é traduzido por homem e λόγος (logos) que em um sentido filosófico seria um pensamento ou tratado acerca de algo. Focando resumidamente na antropologia cultural os aspectos tratados neste texto serão direcionadas a observação do comportamento, crenças e sistemas simbólicos do homem.
Apesar de não ser fácil definir cultura é possível apresentá-la de forma simplificada como sendo os aspectos de uma realidade social e do conhecimento de idéias e crenças de um povo. Neste sentido é primordial definir alguns termos que serão importantes para a compreensão do estudo cultural em vários níveis.
A cultura chamada de material tem relação com coisas concretas, que foram criadas pelo ser humano como, por exemplo, roupas, arco e flechas, vasos, talheres e etc. Já a Cultura imaterial são elementos não concretos da cultura como valores, hábitos, crenças, significados e etc. A cultura real pode ser percebida em parte, considerando que ela representa aquilo que todos os membros de uma sociedade praticam ou pensam nas suas tarefas diárias. O conceito de cultura ideal é o conjunto de comportamentos que reflete uma perfeição que normalmente não são seguidas por grande parte dos membros da cultura. Outros conceitos que também são importantes mencionar é o conceito de Raça. Está palavra tem sido usada para fazer referencia a indivíduos que pertencem a um determinado grupo. A palavra etnia faz referencia a seres humanos unidos por um fator comum como, língua, religião, costumes, valores, nacionalidade, vínculos culturais e históricos.

Talvez um dos fatos mais importantes referente à abertura para uma mescla cultural no mundo tenha sido a chegada de Colombo nas America. Hoje temos algumas recentes pesquisas arqueológicas que encontraram vestígios que por volta do ano 1000 vikingns passaram por esse continente. Alguns pesquisadores também defendem que um almirante chinês tenha chegado nesta terra por volta de 1421. Contudo a colonização de fato da America veio com a chegada de Colombo. Além da importância de ligar os dois continentes ele também foi importante na comprovação da teoria de que a terra era esférica. Sua primeira chegada foi em 1492, todavia somente em sua terceira viagem em 1498 que ele alcançou terra firma e desta forma motivou a coragem de outros navegadores que viriam depois dele.    
As histórias contadas dos povos europeus e seus corajosos desbravadores dos mares são bem conhecidos. Não desejo menosprezar a temeridade deles, mas quero neste momento olhar para o povo que foi encontrado. Os mexicas ou astecas como eram tratados por parte dos colonos possuíam uma cultura impar, brava e elegante, além da sua grandeza populacional. Esse povo ocupou a mesoamerica por volta do séc XVII. Foi um povo guerreiro e com grande conhecimento científico principalmente no estudo do céu. Eles organizaram a área urbana de sua região a ponto de construir cidades com uma rica estrutura de irrigação onde também eram utilizadas para se locomover. As pirâmides talvez tenham sido a marca Asteca que a maioria das pessoas que sabem desse povo tenha conhecimento. Foram cerca de 25 templos em forma de pirâmides que imitavam as imensas montanhas que cercavam aquela região. Esses templos foram construídos para provocar medo e respeito ao povo. Eles faziam rituais de sacrifício humano no topo destas pirâmides. Esse povo também nos deixou uma herança cultural suculenta. Eles foram os primeiros a cultivar milhos e criar receitas com esse alimento. Também foram os primeiros a descobrirem os chocolates. Além disso, temos também o feijão, tomate, abobora e pimentas de diversos tipos. Eles gostavam de insetos também.
Nas guerras eles costumavam usar mascaras que representavam os seus deuses e causavam assombro nos inimigos. Eles também combinavam desenhos para representar uma grafia. Eles não desenvolveram um alfabeto, mas utilizaram bastante o desenho, a poesia e a musica. Além desta riqueza cultural os astecas também possuíam escolas publicas para ensinar sobre a cultura, matemática e religião. O fim do império se deu em 1519 com a dominação espanhola lideram por Hernán Cortés vencendo uma batalha de dois anos contra o nativo Montezuma. Após esse momento surge uma cultura mesclada entre a Espanhola e a dos nativos Astecas que originou o povo mexicano.
A colonização espanhola da America do Sul deu seguimento respeitando o Tratado de Tordesilhas assinado entre o reino de Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da America do Sul em parte para Portugal e parte para Espanha. Os Astecas bem como os Maias que se situavam em parte da conhecida hoje Guatemala de hoje, haviam sido enfraquecidas, suas culturas mescladas e muitos mortos em conflitos. Diante disto os espanhóis seguiram em missão de colonização pelos territórios da America do Sul e Central. Consigo traziam também doenças como a gripe e varíola, além de fazer os nativos trabalharem até a morte, isso ajudou dizimar a população local. Com a escassez de mão de obra escravos começaram a ser trazidos da África principalmente com a ajuda dos Portugueses que em 1500 havia chagado ao Brasil. 
O encontro entre as culturas de Portugal e dos nativos brasileiros seguiu caminhos parecidos, apesar do ambiente local não apresentar tanta hostilidade ritualística como os Astecas os portugueses certamente encontraram dificuldades para estabelecer a sua colônia neste território. Muitos dizem que a partir deste momento o Brasil passou a existir. Contudo é mais seguro afirmar que ele passou a existir no momento em que contatos afastados por milhares de anos acontecerem neste solo. Os indígenas certamente não foram mais os mesmos e os portugueses da mesma forma. 22 de abril de 1500 os portugueses chegaram à ilha de Vera Cruz. Essa história já ouviu bastante, mas e os nativos? Como chegaram aqui? Para buscar essa resposta que fascina a muitos, primeiro precisamos entender que aparentemente a vida se originou na África. A colonização não começou aqui, antes de chegarem nesta terra a milhares de anos atrás os humanos em seu estilo de vida nômade seguiram para o norte da África atravessando montanhas e rios passando pela Europa e se espalhando por esse continente. A ida do homem para as Américas continua sendo um mistério para os pesquisadores, existem varias teorias, desde uma ponte de terra que surgiu no mar na idade do gelo, até a teoria do estreito de Bering que ligava a Europa a America pelas terras da atual Rússia e Alasca. Não podemos afirmar qual teoria está correta, mas podemos afirmar que homens chegaram às Américas e habitaram aqui antes de se reencontrarem no descobrimento. Por que afirmar que foi um reencontro? Porque esses continentes se juntaram no descobrimento, mas há milhares de anos atrás faziam parte de um mesmo povo, mesmo que as tribos americanas houvessem perdido suas origens. Sabemos, por meio de registros de pinturas nas rochas, que o homem transitou pela America em diversas regiões. Um ultima e interessante descoberta em Minas Gerais foi o fóssil chamado de Luzia. Os arqueólogos entendem que esse fóssil possui mais de 10 mil anos. Esses milênios de separação criaram diferenças culturais, lingüísticas e fenotípicas. A Europa a Ásia e a África por estar em um bloco não separado por águas se comunicavam e acabaram evoluindo em diversas questões, entretanto a America acabou ficando isolada e não teve acesso aos avanços culturais e tecnológicos desenvolvidos nestes três continentes. Para muitos a chegada dos portugueses no Brasil foi algo negativo, mas pensado que este povo estava isolado do resto do mundo podemos defender a idéia que a chegada dos portugueses aqui foi uma ótima oportunidade para que essa ligação cultural se estabelecesse. Os nativos, por exemplo, não conheciam animais como cachorro, que tanto ajudam as tribos até hoje, cavalo e galinha. Pensamos sempre que essa junção foi negativa, mas é certo afirmar que os índios que se aliaram aos portugueses desfrutaram também da proteção contra tribos violentas que havia naquela terra. Essas tribos viviam em guerras permanentes e muitos não se aceitavam. O contato com os indígenas foi feito por meio de troca. O Pau Brasil era uma madeira abundante lá e sem valor para os nativos e os portugueses ofereciam itens que eram inexistentes no continente americano como espelhos e a roda. Precisamos pensar que em um ponto de vista macro os Brasileiros culturalmente não receberam a influencia somente dos portugueses na colonização, pois os portugueses já eram uma mescla de culturas, como o exemplo a união Ibérica. Com o passar do tempo com a vinda dos Africanos o Brasil passou a ser uma mescla ainda maior de raças e cultura. O tempo passou e os portugueses foram se diferenciando cada vez mais dos portugueses de Portugal em todos os quesitos. Sugiram outras raças como os Caboclo = branco + índio, Mulato = negro + branco, Cafuzo = índio + negro. É importante também mencionar que os índios que aqui vivam possuíam uma variedade de etnias e não era um povo unificado. Eles normalmente viviam da pesca da caça e da agricultura de subsistência e em sua maioria eram semi nômades, mudavam de acordo com a escassez dos recursos naturais. Estes nativos costumavam morar juntos em Ocas ou casas de tamanhos variados. Estes realizavam diversos tipos de atividades diárias desde danças até ritos conduzidos por um pajé ou ancião. Os vínculos estabelecidos entre as aldeias eram com finalidades comerciais, para casamento, alianças e por meio de guerras que eram comuns entre as sociedades indígenas. Alguns eram poligâmicos e o divórcio era algo corriqueiro. Os homens eram responsáveis pela liderança da tribo, caça guerra, plantio e construção tribal. As mulheres cuidavam da colheita, preparação de alimentos, confecção de utensílios. A educação das crianças era tarefa de todos. Os doentes e inválidos eram abandonados até a morte. O costume de pintar os corpos era em ocasiões especiais. Em sua religião eram politeístas. Eles tinham na figura do pajé a ligação do homem com os deuses e antepassados que poderiam se comunicar por meio de sonhos, visões e animais. Também utilizavam bebidas e fumos alucinógenos em seus rituais. Eram orientados pelas fazes da lua e conhecimento astronômico para realização de seu plantio e colheita. Apesar de não desenvolveram um sistema de escrita eles deixaram pinturas em pedra que podem nos falar sobre o seu modo de vida e produção artística. Elas falavam de sua dança, tecelagem, cerâmica, cestaria, pintura corporal, arte de pluma e música. Na chegada dos colonos em 1500 cerca de mais de 5 milhões de indivíduos foram encontrados, divididos em tribos e comunidades, todavia aos olhos dos portugueses todos eram iguais. Em poucos séculos foram reduzidos a pouco mais de 600 mil. Muito destas mortes apesar de serem causadas por conflitos entre os indígenas e portugueses uma arma letal que os colonos tinham eram doenças. A varíola e gripe mataram muitos índios. Atualmente temos diversos indígenas no Brasil, muitos vivendo com a sua cultura inicial modificada e alguns mais isolados vivendo como seus ancestrais.
Uma breve passada pelas principais culturas da America Latina e suas modificações podem nos ajudar a descobrir muito sobre cada um de nós e até dos cenários culturais atuais. Perceber que da mesma forma que o povo europeu, asiático e africano sofreu diversas mudanças com os diversos conflitos de igual forma foi na America Latina. O produto da formação cultural de um povo passa por diversos dramas e conquistas até chegar ao produto que temos hoje. Certamente a modificação cultural está em constante avanço e não sabemos até onde poderemos chegar. Essa pequena pesquisa ainda poderia ser acrescida de muitos fatos, contudo aqui procurei destacar aquilo que julguei mais importante para o conhecimento cultural destes povos 

Referências

RESENDE. Priscila, Introdução aos estudos antropológicos, material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.
HOLANDA, Sergio Buarque, Raizes do Brasil, Companhinha das Letras, São Paulo, 1995.  
Brasil Paralelo, Vila Rica https://www.youtube.com/watch?v=svViHH8IBVg&t=863s acessado dia 4/02/2019
MARRIOTT, Emma, História do Mundo para quem tem pressa, Valentina, Rio de Janeiro, 2018.
             



quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Missões e misericórdia.


Por Fernando Corrêa


Dentre os diversos atributos de Deus, encontramos a sua rica misericórdia. Para perceber o Seu amor diante de um mundo repleto de acusações e cheio de maldade é preciso um esforço no sentido de verificar o que a Bíblia diz sobre o assunto. Nosso maior exemplo de amor é Cristo, que é a expressão exata do ser de Deus, e as Escrituras estão repletas de exemplos de misericórdia de sua parte.

Vejamos onde a palavra misericórdia aparece pela primeira vez na Bíblia.

sábado, 10 de novembro de 2018

Resumo da História do Cristianismo

Por Fernando Corrêa 

“A voz de Deus ressoa através do mundo inteiro; mas ela só penetra o coração dos santos, em favor de quem a salvação está ordenada.”
                                                                  João Calvino

Teologia do Novo e Antigo Testamento

Por Fernando Corrêa

A teologia do Novo Testamento não pode deixar de dialogar com outras disciplinas como a exegese, hermenêutica, história do novo testamento e crítica. Esta será a base para a teologia histórica e dogmática.
            A Hermenêutica fornecerá os métodos e os princípios para a interpretação do texto, ela deve identificar o sentido original da obra, perceber o que o autor quis dizer, como aplicou e o que o texto tem a nos orientar nos dias de hoje.
A exegese trata da análise aprofundada do texto utilizando os vários métodos críticos.
O novo testamento também se apresenta como um livro histórico, e como Palavra de Deus não poderia ser diferente, desta forma é necessário haver um diálogo com a história do Novo Testamento.

Entendendo o estudo da teologia

Por Fernando Corrêa

A tarefa do teólogo: Estudar Deus e sua revelação e,
em seguida, todas as demais coisas "à luz de Deus" 
(sub ratione Dei), pois Ele é o princípio 

e fim de tudo. Tomás de Aquino



segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Richard Baxter e o ministério pastoral hoje

Por Fernando Corrêa Pinto 



O objetivo deste texto é buscar em Richard Baxter ensinamentos que possam contribuir para a superação dos desafios pastorais atuais. 
Analisando alguns ensinamentos do autor, aquilo que mais podemos aprender com Richard Baxter em relação ao ministério pastoral hoje está ligado ao o zelo e dedicação que ele teve em relação ao chamado. Baxter lembra que o ministério deve ser realizado para Deus e para o seu povo. O objetivo errado pode fazer com que o serviço pastoral seja arruinado e, neste caso, o serviço passa a beneficiar a nós, e não a Deus e às pessoas. Para ele, o interesse próprio, que em muitos casos visa lucro, torna-se uma escolha infeliz. A autonegação, ou seja, priorizar os outros em detrimento de nós, é para todo cristão e se trata de um princípio básico e necessário para realização do chamado pastoral. Para ele, é importante que no ministério, priorizemos sempre o outro na medida de nossas forças. Baxter defende que o exercício do chamado pastoral motivado por interesse próprio pode ser um atentado para a própria consciência do líder e ainda consiste em uma escravidão para sua vida.

Desafio pastoral hoje

Por Fernando Corrêa Pinto 

 O século 20 testemunhou um colapso do consenso cristão que manteve a cultura ocidental coesa durante séculos. A secularização empurrou as igrejas para a marginalidade cultural em muitos países e hoje falar de Deus é considerando politicamente incorreto.
Ser responsável pelo serviço pastoral atualmente consiste em um trabalho mais difícil do que em qualquer época.
O relativismo moral e a visão secular afetam profundamente a obra da igreja e de seus ministérios. A sociedade experimenta grandes mudanças de forma muito acelerada. De acordo com um levantamento da revista Christianity Today (Cristianismo Hoje), 66% dos norte americanos já possuem uma visão profundamente secularizada e se consideram relativistas em relação ao cristianismo.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Hermenuêtica

                 
             Por Fernando Corrêa Pinto             
                              

 Introdução



É muito comum encontrarmos tanto em meios acadêmicos quanto eclesiásticos a fala de que a bíblia é difícil de se interpretar. Além disso, a leitura de alguns livros de hermenêutica reforçam esta tese quando dão demasiada atenção aos problemas de interpretação. A bíblia é um livro que pode sim, ser compreendido por todos que se dedicarem a sua leitura e se esforçarem a compreendê-la dentro de seu contexto. A própria bíblia reforça esta tese (1 Co 2,11; 1 Jo 2,27).
É bem verdade que o entendimento das escrituras se dá de forma diferenciada a de um texto comum. Devemos ver o texto de forma semelhante a que entendemos a carta de um amigo. É importante lidar com o texto como uma carta escrita em um contexto e tempo da história. Isso pode ser chamado de exegese histórico-gramatical.
A reflexão apresentada neste texto é muito importante pelo fato de considerar que a interpretação bíblica só se dá quando o indivíduo estuda hermenêutica cuidadosamente. A interpretação acontece desde o momento que o indivíduo usa sua experiência de leitura. Isso acontece na família, na igreja, na escola e na vida.
A proposta aqui apresentada é mostrar que a hermenêutica pode favorecer a assimilação do texto bíblico e a entender que a sua interpretação se dá de forma instantânea.